No Brasil, a segurança veicular é uma questão negligenciada pela maioria dos proprietários de automóveis. Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), apenas 30% da frota em circulação no país está protegida por algum tipo de seguro. Esse dado alarmante revela que 70% dos veículos, entre carros de passeio e caminhões, circulam sem qualquer proteção contra acidentes, roubos, furtos ou danos causados por eventos naturais e estruturais, como enchentes e má conservação das vias.
A frota de veículos no Brasil é vasta e diversa. Dados recentes do Ministério dos Transportes, de maio de 2024, apontam que há 62,3 milhões de automóveis e 9,7 milhões de caminhões em circulação no país. Entretanto, apenas 20,1 milhões desses veículos estão segurados, deixando a grande maioria exposta a riscos financeiros consideráveis em caso de sinistros.
Essa realidade traz à tona um problema crítico: a vulnerabilidade dos proprietários de veículos no Brasil, onde a ausência de um seguro adequado pode resultar em prejuízos significativos, tanto para os indivíduos quanto para a economia como um todo.
Um dos principais fatores que contribuem para a baixa adesão ao seguro automotivo no Brasil é o elevado custo das apólices. Uma pesquisa realizada pelo Sem Parar revela que 63% dos donos de carros que não possuem seguro apontam o preço como a principal razão para a não contratação.
Essa percepção é reforçada pelo fato de que, nos últimos cinco anos, o valor dos veículos zero quilômetro praticamente dobrou em termos nominais. Esse aumento, por sua vez, refletiu-se nos preços das apólices, já que as indenizações precisam acompanhar o valor de mercado dos veículos segurados.
A ausência de seguro, no entanto, expõe os proprietários de veículos a um risco constante. Em um país com infraestrutura viária que enfrenta desafios de conservação e eventos climáticos extremos, como enchentes, são cada vez mais comuns, a falta de proteção adequada pode transformar uma simples colisão ou um roubo em um desastre financeiro.
A vulnerabilidade aumenta considerando que a maior parte da frota sem seguro está concentrada em regiões de menor poder aquisitivo, onde a reposição de um bem perdido ou danificado é ainda mais difícil.
Para mudar essa realidade, é necessário não apenas uma maior conscientização por parte dos motoristas, mas também um esforço conjunto entre o setor de seguros e as autoridades para tornar as apólices mais acessíveis e atrativas, garantindo, assim, uma maior proteção para todos os envolvidos.