A demissão, especialmente quando inesperada, pode ser um dos momentos mais desafiadores na vida profissional de qualquer pessoa. Além do impacto emocional, há a necessidade imediata de reorganizar a vida financeira para enfrentar esse período de transição da melhor forma possível. Saber exatamente o que fazer após ser demitido não só ajuda a manter a tranquilidade, mas também a preparar o terreno para novas oportunidades.
Neste artigo, vamos detalhar cada passo necessário para se organizar financeiramente após uma demissão, desde a compreensão dos seus direitos trabalhistas até estratégias para proteger seu patrimônio e buscar recolocação no mercado!
Passo 1: Compreenda e exija seus direitos trabalhistas
Ao ser demitido, o primeiro passo é garantir que você receba todas as verbas rescisórias a que tem direito. Muitos trabalhadores não conhecem todos os seus direitos e acabam deixando de exigir valores significativos. Aqui estão os principais pontos que você deve verificar:
Aviso prévio
O aviso prévio pode ser trabalhado ou indenizado. No caso do aviso prévio indenizado, você deve receber o equivalente ao salário de um mês, mesmo sem precisar trabalhar nesse período. Se for cumprido, você deve continuar trabalhando durante os próximos 30 dias após a demissão ser comunicada. Além disso, o aviso prévio pode ser proporcional ao tempo de serviço, aumentando em três dias por ano trabalhado, até um máximo de 90 dias.
Férias proporcionais e vencidas
Se você ainda não gozou de todas as suas férias, a empresa deve pagar tanto as férias vencidas quanto as proporcionais, acrescidas de 1/3 sobre o valor. Verifique se todos os períodos de férias estão corretamente contabilizados, e caso haja alguma pendência, exija o pagamento correto.
13º salário proporcional
O 13º salário deve ser pago proporcionalmente aos meses trabalhados no ano da demissão. Por exemplo, se você for demitido em setembro, terá direito a receber 9/12 avos do 13º salário. Certifique-se de que o cálculo foi feito corretamente antes de assinar o termo de rescisão.
Multa de 40% sobre o FGTS
Em caso de demissão sem justa causa, o empregador deve pagar uma multa correspondente a 40% do saldo do FGTS depositado durante o período trabalhado. Esse valor é essencial para sua segurança financeira nesse período de transição.
Passo 2: Solicite o seguro-desemprego
O seguro-desemprego é um benefício temporário crucial para ajudar a equilibrar seu orçamento enquanto você procura uma nova oportunidade de trabalho. Muitas vezes, no entanto, os trabalhadores enfrentam dificuldades para cumprir os prazos ou para fazer a solicitação corretamente.
Quem tem direito ao seguro-desemprego?
É destinado a empregados que foram dispensados sem justa causa. Para se qualificar, é necessário ter um histórico de trabalho mínimo, que varia conforme o número de vezes que você já solicitou o benefício. Para a primeira solicitação, é preciso ter trabalhado pelo menos 12 meses nos últimos 18 meses. Para a segunda, o requisito é de pelo menos 9 meses de trabalho. Para a terceira solicitação e subsequentes, são necessários ao menos 6 meses de trabalho.
Documentos necessários
Para fazer a solicitação do seguro-desemprego, você deve reunir os seguintes documentos:
- Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);
- Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT);
- Requerimento do Seguro-Desemprego fornecido pela empresa;
- Documento de Identidade e CPF;
- Comprovante de residência;
- Comprovantes dos depósitos do FGTS.
Como solicitar o benefício?
A solicitação pode ser feita de maneira presencial nas agências do Ministério do Trabalho, nas unidades do SINE, ou de forma online através do portal Emprega Brasil ou do aplicativo Carteira de Trabalho Digital. Lembre-se de fazer a solicitação dentro de 7 a 120 dias após a demissão, para não perder o direito ao benefício.
Passo 3: Saque o FGTS e verifique o FGTS retido
O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é uma reserva financeira acumulada ao longo do contrato de trabalho, e em caso de demissão sem justa causa, você tem o direito de sacar esse valor. No entanto, muitos trabalhadores não sabem que podem ter valores retidos de contratos anteriores.
Como funciona o saque do FGTS?
Após a demissão, o saldo do FGTS pode ser sacado nas agências da Caixa Econômica Federal, em lotéricas ou caixas eletrônicos, dependendo do valor disponível. Para sacar, você precisará do TRCT, RG, e número do PIS. O saque imediato do FGTS é uma ajuda financeira importante durante a transição para um novo emprego.
Verifique se há FGTS retido
O FGTS retido pode ocorrer em situações como:
- Demissões anteriores em que o valor não foi liberado;
- Mudanças de regime de trabalho;
- Falta de movimentação na conta vinculada por motivos específicos.
É essencial verificar essas situações para garantir que todo o valor disponível seja liberado. Caso tenha saldo retido, você pode liberar esses valores cumprindo as exigências legais. Para mais informações sobre como acessar o saldo retido, consulte esse artigo detalhado sobre como sacar o FGTS retido!
Passo 4: Reorganize suas finanças pessoais
Com os valores rescisórios, seguro-desemprego e FGTS em mãos, é hora de reorganizar suas finanças. Esse passo é crucial para garantir que você possa passar por esse período de transição sem comprometer sua estabilidade financeira.
Crie um orçamento de emergência
Crie um orçamento de emergência baseado na sua nova realidade financeira. Priorize os gastos essenciais como moradia, alimentação, saúde e transporte. Considere cortar ou reduzir despesas não essenciais, como assinaturas de serviços, lazer e compras supérfluas, até que consiga uma nova fonte de renda.
Renegocie dívidas e evite novos empréstimos
Se você tem dívidas, esse é o momento de renegociá-las. Entre em contato com os credores para tentar obter melhores condições, como redução de juros ou alongamento do prazo de pagamento. Evite contrair novas dívidas enquanto está sem uma fonte de renda fixa, pois isso pode agravar sua situação financeira.
Passo 5: Planeje sua recolocação no mercado de trabalho
Agora que suas finanças estão em ordem, é hora de focar na recolocação profissional. O planejamento e a proatividade são essenciais para se destacar em um mercado de trabalho competitivo.
Atualize seu currículo e perfil no LinkedIn
Um currículo bem elaborado e um perfil no LinkedIn atualizado são fundamentais para sua visibilidade no mercado de trabalho. Destaque suas experiências, habilidades e realizações de forma clara e objetiva. Adapte o currículo conforme a vaga desejada, ressaltando as competências mais relevantes para cada posição.
Invista em capacitação
Se você identificou áreas de melhoria ou deseja expandir suas habilidades, aproveite esse período para investir em capacitação. Existem diversos cursos online, muitos gratuitos, que podem ajudar a melhorar seu currículo e aumentar suas chances de recolocação.
Rede de contatos e networking
Manter contato com ex-colegas, participar de eventos e feiras de recrutamento, e estar ativo em grupos profissionais nas redes sociais pode abrir portas para novas oportunidades. O networking é uma ferramenta poderosa para conseguir entrevistas e se destacar em processos seletivos.
Passar por uma demissão nunca é fácil, mas com organização e planejamento, você pode transformar esse desafio em uma oportunidade de crescimento e renovação. Seguindo os passos descritos neste artigo, você estará mais preparado para lidar com as questões financeiras e encontrar novas oportunidades no mercado de trabalho.